מכירה פומבית 09
Tera, Arte e Design
2.6.23
Rua Conde Moser, 312F 2765-392 Monte Estoril, Portugal, פורטוגל
המכירה הסתיימה

פריט 12:

Genuine Shoowa-Kuba or "Velvet Kasai" Cloth, RDC

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מחיר פתיחה:
280
הערכה :
€360 - €450
עמלת בית המכירות: 10% למידע נוסף
מע"מ: 23% על העמלה בלבד
משתמשים ממדינות אחרות עשויים לקבל פטור ממע"מ בהתאם לחוקי המס המתאימים
המכירה התקיימה בתאריך 2.6.23 בבית המכירות Tera, Arte e Design
תגיות:

Genuine Shoowa-Kuba or "Velvet Kasai" Cloth, RDC
Estes têxteis são feitos manualmente pelo grupo étnico Kuba, da República Democrática do Congo, desde o século 16 pelo menos; com o saber do ofício a ser passado de geração em geração até aos dias de hoje.
A tecelagem é de suma importância para os povos Kuba, pois é o tecido que identifica a posição social e identifica a realeza e chefia, expressando deste modo status e poder.
Tradicionalmente concebido para ser usado como saia durante festivais e apresentações rituais, o principal material usado é uma fibra (ráfia) extraída da palmeira. A saia é presa com uma faixa e geralmente usada sobre uma outra saia bordada, vermelha ou creme.
Cada pano é uma peça única devido aos seus motivos, design e complexidade geral do fabrico do tecido.
Ao longo da vida serão herdados, coleccionados e preservados, como forma de celebrar a posição na sociedade e de representar um elevado estatuto, mesmo aquando do funeral, como mortalha funerária.

História - Após migrar para sul a partir do século 16, o reino Kuba (também conhecido como Reino dos Bakuba ou Bushongo) foi uma das sociedades mais extensas e poderosas da África, comercializando marfim e borracha na área sudeste do que é actualmente a República Democrática do Congo.
O reino atingiu o seu apogeu em meados do século XIX.
Já no início do século XVII, os governos centrais da região colectavam têxteis como forma de imposto para aumentar o tesouro real. A expedição de Wissmann à região do rio Kasai em 1884 relatou, pela primeira vez, a presença desses tecidos excepcionais, embora se saiba que os Bakuba resistiram à troca de seus produtos genuínos por tecidos importados durante muitos anos.
A primeira tentativa séria de documentar a cultura material dos povos do Kasai foi feita por Emil Torday, nas primeiras décadas do século 20, e foi ele junto com os seus colegas do Museu Britânico que chamaram os panos de ráfia Shoowa-Kuba, de "Kasai Velvet" ou Veludo Kasai.
Através do estudo dos tecidos Kuba pode traçar-se a ascensão e declínio do reino mas, ainda hoje, existem 19 grupos étnicos diferentes presididos pelo monarca reinante (nyim), Kot-a-Mbweeky III, no trono desde 1968.

Shoowa-Kuba - Panos de tapeçaria de «pêlo cortado»
Kuba, na verdade, refere-se à região da R.D. Congo, antigo Zaire, de onde vem o tecido de ráfia e Shoowa é um grupo tribal que vive nesta região e que produz um estilo específico de tecido. Os seus designs são intrincados, em fortes cores terrosas e têm uma variedade de usos tais como moeda, dote, símbolos de status e mortalhas funerárias.
Os homens das tribos são responsáveis por cultivar, cortar, unir e tingir o tecido usando índigo, lama e outros corantes, principalmente substâncias da árvore «camwood» que são chamadas de twool e têm cor vermelha.
A fibra de ráfia usada na produção de tecidos kuba é tecida apenas por homens, em teares com um ângulo de 45 graus. Requer grande habilidade e resistência física.
O tamanho de cada painel de ráfia é limitado pelo comprimento da fibra, geralmente cerca de um 1m2. O tecido ainda está áspero quando sai do tear, sendo depois martelado num almofariz, tornando-o mais suave e deixando-o pronto para o trabalho de tecelagem e costura pelas mulheres.
O povo Shoowa introduziu a técnica de «pêlo cortado» no reino de Kuba, em meados do século XVII. Esta técnica, altamente especializada e demorada, consiste em bordar os desenhos base, passar e esticar os fios de ráfia entre a trama com uma agulha, sem pontos ou nós visíveis, até formar uma densidade tal que permite a criação de um efeito de pelúcia ou veludo.
Um pano Kuba particularmente bonito e bem executado, pode ser diretamente ligado à hierarquia e ao reforço da autoridade política. O impacto dramático de seu design é a chave para cimentar visualmente esse domínio.

Contemporaneidade e uso no Ocidente – arte e decoração
Henri Matisse, o pintor impressionista francês, adquiriu vários panos Kuba para colocar nas paredes do seu estúdio. Conta-se que Matisse se sentava e os olhava "esperando que algo da sua geometria instintiva chegue até mim". O seu trabalho de 1947, Les Velours, terá sido assim influenciado.
מצב:  טוב מאוד
מידות:  55 x 155 ס"מ

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